Isabelle M. M. da Rocha de Mancuso¹

Débora Bandeira Silva²

 

A Justiça Restaurativa vem sendo apontada como um novo paradigma.

Na realidade, nesta prática alternativa para solução de conflitos se renovam as coisas ancestrais, isto é, como em muitas culturas se resolviam e se construía a paz.

Um dos métodos utilizados como prática restaurativa são os Círculos, nas práticas pedagógicas o mais utilizado dentre os vários tipos de círculo são os Círculos de Construção de Paz.

O Método

O método já vem sendo utilizado em algumas escolas estaduais de Pernambuco como forma de combate ao bullying, com excelentes resultados, tanto em qualidade de relações que os alunos desenvolvem entre si nas escolas, como em seu relacionamento mais respeitoso e amoroso com os docentes e família.

Os autores Katarina Evans e Doroyhy Vaadering compreendem a Justiça Restaurativa na Educação como a busca pelo bem-estar individual e coletivo por meio do engajamento mútuo.

Nessa perspectiva, o foco dos relacionamentos está em nutrir relacionamentos, criar ambientes justos, e reparar danos nos ambientes escolares para assim torná-los mais agradáveis e seguros.

Porém, esses princípios devem ser entendidos em sentido amplo, pois se limitados a resolução, ou melhor, transformação de conflitos, os acordos e assertivas destes estarão inclinados ao fracasso.

Objetivo x Metodologia Aplicada

Ademais, essa prática tem como objetivo discutir, identificar e assumir crenças e valores norteadores da Justiça Restaurativa para que o espaço que historicamente é um lugar de disciplina, punição e, muitas vezes, traumático, se torne exemplo de convivência harmônica e construção de conhecimento.

A metodologia que vem sendo utilizada na prática da Justiça Restaurativa dentro do ambiente escolar é o dos Círculos de Construção de Paz, pois pese a que há outros métodos, este se mostrou mais eficiente por poder envolver todos os componentes da comunidade escolar e, em alguns casos, também da comunidade familiar.

Os resultados ainda não foram traduzidos em números, haja vista que é um projeto com aplicação relativamente nova e de iniciativa dos professores/facilitadores que resolveram implementar a técnica após sua formação de maneira inteiramente autônoma, isto é, ainda não há dentro de Pernambuco uma política pública delineada propriamente para desenvolver esta metodologia.

A capacitação vem sendo feita por iniciativa dos professores e é custeada por eles mesmos. É notório, com a implementação do projeto nas escolas de Pernambuco a diminuição de ocorrências de violências dentro do ambiente escolar (bullying, injúrias e outras).

 

Palavras-chave: Justiça restaurativa na escola, prática restaurativa escolar, Cultura de paz.

Este artigo foi escrito em parceria por:

¹ Advogada Peacemaker, mediadora voluntária do TJPE, graduada pela UFOPA turma 2011, draisabellemaria.adv@gmail.com

² Graduada, Direito turma 2016, Facilitadora em formação, UFOPA, deborabandeirasilva@gmail.com